"Os que se auto-intitulam doutores obrigam os caloiros a ingerirem grandes quantidades de bebidas alcoólicas, logo pela manhã, a fumar e, o que é mais grave, a faltar às aulas para marcarem presença nas sessões de praxe", disse ao Correio da Manhã um dos pais, que preferiu não se identificar, com receio de represálias sobre o filho.
Para este pai, que está disposto a levar o caso até às últimas consequências, "o que se passa, em termos de praxe, na Universidade do Minho ultrapassa todos os limites". Adianta que "os chamados doutores agem com total impunidade, como se fossem os donos da academia".
"Não é admissível que os alunos se convençam de que o primeiro ano é para chumbar porque os colegas mais velhos resolvem estender a praxe pelo ano todo, em vez de a confinarem à chamada semana de recepção ao caloiro", disse ao Correio da Manhã Manuel Almeida, outro dos pais indignados.
Contactado pelo CM, o vice--reitor Rui Vieira de Castro disse que "a reitoria da Universidade do Minho repudia com toda a veemência quaisquer exageros nas praxes e promete instaurar processos de averiguações, que podem evoluir para processos disciplinares, em todos os casos concretos que lhe chegarem ao conhecimento".
Referindo que não teve, pelo menos até agora, conhecimento de nenhum caso de exagero nas praxes, Rui Vieira de Castro pede a todos os que possam ser vítimas de tais atitudes que as comuniquem à reitoria.
Na Universidade do Minho, a semana de recepção ao caloiro terminou na sexta-feira, mas as praxes irão continuar até Maio do próximo ano.
REITOR RETIRA DO PROTOCOLO A FIGURA DO 'PAPA'
Uma das primeiras atitudes antipraxe foi retirar do protocolo da recepção ao caloiro a figura do ‘Papa’, que é o aluno com maior número de inscrições na Universidade do Minho. "Não fazia sentido pôr o pior dos alunos a dar as boas--vindas aos novos estudantes", justificou a reitoria.
Sem comentários:
Enviar um comentário