O especialista costuma pontuar a sua fala com pesquisas feitas aqui e acolá, o que conferiria suposto peso científico e objetividade à sua opinião. Leiam o que ele pensa aqui.
Nessa
entrevista, Abramovay afirma que a descriminação das drogas em Portugal
não levou a um aumento do consumo. Qual é a fonte? Levou, sim! Houve um
aumento de 53,8 % no número de pessoas que experimentaram drogas ao
menos uma vez: de 7,8% para 12% . Em Portugal, existe o IDP (Instituto
de Drogas e de Toxicodependência).
Lá como cá, os defensores fanáticos
da descriminação tendem a ignorar a realidade. Caso se leiam as
entrevistas de seus diretores, seremos informados de que o sucesso é
retumbante. É??? Vejam estes dados do próprio IDP. As drogas foram
descriminadas em 2001.
Reparem no que aconteceu nos anos seguintes.
Mais: a taxa de homicídios por 100 mil habitantes em 2003 (1,43 por 100
mil habitantes) cresceu 43% em relação a 2001, ano da descriminação
(1,02 por 100 mil). Em 2010, ficou em 1,26 (crescimento de 24% em
relação a 2001). Os homicídios relacionados às drogas cresceram 40%.
Não
obstante, o sucesso da política do país é alardeado pelos tais fanáticos
dentro e fora dos domínios portugueses. Ainda que fosse verdade (não é,
como se vê), note-se: Portugal é menor do que Pernambuco e tem uma
população INFERIOR À DA CIDADE DE SÃO PAULO.
Quando as drogas foram
descriminadas por lá, reitero, a taxa de homicídios era de 1,02 por 100
mil. E cresceu 24% ao longo de 9 anos. A do Brasil é quase VINTE E
QUATRO VEZES MAIOR HOJE! Ah, sim: Portugal não é rota preferencial do
tráfico. O Brasil é.
Observem o
que aconteceu com a apreensão de drogas nos anos subsequentes. A parte
continental do país, com o mar a oeste e ao sul, tem uma costa de 1.230
km apenas; ao norte e ao leste, um único vizinho: a Espanha. Banânia tem
9.230 km de Litoral a serem vigiados e faz fronteira com nove países.
Quatro deles são produtores de coca: Colômbia, Venezuela, Peru e
Bolívia.
O Paraguai é um grande exportador de maconha. Mas o
especialista Abramovay acredita que Portugal pode servir de exemplo a um
gigante com as características do Brasil, com uma população 18 vezes
maior, num quadro de brutal desigualdade, desaparelhamento da polícia,
fronteiras desguarnecidas… Pior não é dizer o que diz; pior é lhe darem
trela.
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