O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, candidato a um segundo mandato no Eliseu, fez neste domingo um inesperado ultimato aos dirigentes da União Europeia, ameaçando retirar a França do espaço Schengen se os seus parceiros não adoptarem urgentemente medidas duras para “proteger” as fronteiras europeias da imigração ilegal proveniente de países terceiros.
Num discurso de campanha perante milhares de apoiantes, num comício em Villepinte, nos arredores de Paris, Sarkozy extremou a retórica anti-imigração ao máximo (até agora), no que alguns analistas interpretaram como uma não-muito-subtil piscadela de olho ao eleitorado mais à direita.
“Não podemos aceitar esta sujeição”, bradou Sarkozy, acrescentando que impedir a entrada de mais imigrantes “é a única forma de evitar a implosão da Europa”. “Se nos próximos 12 meses não forem feitos progressos sérios nessa direcção, a França suspenderá a sua participação no acordo de Schengen”, ameaçou.
Retirar-se do espaço Schengen significa abandonar o tratado europeu que estabelece as regras para a abolição de controlos fronteiriços entre os países. Para Sarkozy, é até agora a ideia com consequências mais amplas em termos europeus.
Sarkozy, que anunciou oficialmente a sua recandidatura no mês passado, continua dez pontos atrás do candidato socialista François Hollande nas sondagens que avaliam as intenções de voto numa hipotética segunda volta entre os dois. Para lá chegar, Sarkozy precisa de ultrapassar o obstáculo da Frente Nacional de Marine Le Pen e sobreviver na disputada votação da primeira volta, marcada para 22 de Abril.
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