
A preciosa carga do “SS Gairsoppa” está avaliada em 150 milhões de libras (cerca de 170 milhões de euros). A empresa que encontrou o navio e que vai tentar recuperar o tesouro, a norte-americana Odyssey Marine Exploration, vai ficar com o grosso do montante arrecadado com a operação. O acordo firmado com o governo britânico dita, de acordo com a BBC, que a empresa fique com 80% do valor da carga.
A Odyssey Marine Exploration, especializada neste tipo de operações, ganhou o concurso público deste projecto em Janeiro de 2010. O optimismo inicial do presidente executivo da empresa, Greg Stemm, que previa começar os trabalhos no Verão desse ano e encontrar o navio em 90 dias, não coincidiu com a realidade. Foi necessário mais um ano para localizar o casco e só na Primavera de 2012 tentarão retirar a prata.
“Completámos a primeira fase do projecto – a localização e a identificação do navio naufragado”, disse o responsável pela operação, Andrew Craig, citado pela BBC. “Agora, estamos a trabalhar arduamente no planeamento da fase de recuperação. Estamos extremamente confiantes”, acrescentou. A carga deverá ser retirada com recurso a submarinos não tripulados.
A profundidade a que o “SS Gairsoppa” se encontra, nas águas frias do Atlântico Norte, é 900 metros superior à que estão submersos os destroços do famoso “RMS Titanic”. A recuperação não será fácil, mas poderia ser ainda mais difícil. “Tivemos sorte em encontrar o navio pousado direito, com os porões abertos e acessíveis”, disse Greg Stemm, ao The New York Times, que publica um vídeo com imagens do navio no fundo do mar.
Quando a Odyssey avançou com o projecto não sabia ao certo o que iria encontrar, em que estado e em quanto tempo. A empresa assumiu esse risco, pagando pelas despesas de toda a operação, assim como pela sua documentação e pela publicitação da carga encontrada.
É por tudo isto que o acordo firmado com Secretaria de Estado dos Transportes do Reino Unido, prevê que 80% do valor do tesouro fique nas mãos dos perscrutadores. O resto é pertence ao erário público britânico.
O contrato estipula, por outro lado, que os destroços sejam cuidadosamente inspeccionados para perceber se ali se encontram restos mortais de algum dos 85 tripulantes que seguiam a bordo na última viagem do navio.
O principal arqueólogo marinho a acompanhar as operações no Atlântico Norte, Neil Dobson, diz ser “altamente improvável” que esse venha a ser o caso, quer pelo tempo que já passou, quer pela profundidade a que se encontra o navio.
O “SS Gairsoppa” foi afundado em 1941 por um submarino alemão. O navio, que transportava prata, gusa (ferro fundido moldado em barras) e chá provenientes da Índia, estava a ficar sem combustível na recta final da sua viagem e fez um desvio para o porto irlandês de Galway, a fim de reabastecer.
Foi torpedeado nesse percurso. Conseguiram chegar aos botes 32 tripulantes, mas apenas um sobreviveu até chegar à costa, o segundo oficial R.H. Ayres, que morreu em 1992.
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